terça-feira, 22 de junho de 2010

Don't worry About Government



Boa noite, tarde ou dia. (Sim, boa dia.)
É com grande prazer que descreverei mais um dia fatídico. E com fatídico eu quero dizer horrível.
Você sabe como são partidos políticos, ou pelo menos deveria saber. Cheio de pilantras e sacanas que se dizem “vindos do povo” e que vão dar um jeito nessa bagunça toda. Falando mal da oposição, falando mal do próprio governo e falando mal do FMI, menos falando mal dos eleitores, porque claro, eles precisam de votos (sim, estou falando do PT agora).
Mas tudo o que eu escrevi acima você já sabe. O que você provavelmente não sabe AINDA é que eles estão apelando para jovens de 16 anos que gostam de funk, cine ou de funk e cine, se é que é possível existir algo tão abominável na sociedade em que vivemos.
Você se for paulista já deve ter ouvido falar da UMES (União Municipal dos Estudantes petistas Secundaristas), sim a boa e velha “instituição” que faz nossas queridas carteirinhas dos estudantes. Carteirinha a qual nos dá meio passe no ônibus, metrô, puteiro, o que for que seja e mais um pouco. Quando eu sabia só disso da UMES eu gostava deles, mesmo. Então um dia as coisas começaram a mudar.
–Cara, se você gosta dos comunistas você deve morrer, cara, eles são uns putos.
–UHAUH, calma Fran, eles não são meus melhores amigos, mas calma.
–Não, Eduardo, eles devem se foder com força. Eles querem uma nova ditadura socialista nessa porra. OLHA A BOLÍVIA.

Papo comum antes de entrar na escola. Papo vai e papo vem, nós falávamos de como o socialismo é impossível de existir. Até um cara que estava sentado do lado da parede levanta e começa a discursar:

–Ai gente, eu não queria me intrometer, mas cêis tão aí falando de política e eu tinha que falar algo. É que eu sou da UMES e eu vim fazer um debate aqui na escola de vocês, eu já fiz de manhã e de tarde, agora eu vou fazer com o noturno.

Foi aí que deveríamos ter ido embora, mas não. Ficamos e caímos na dele. Troll.
Ela discursou sobre a UMES e falou sobre uma conferência que fariam com vários alunos de diversas escolas. Cobrariam políticos e debateriam soluções. Convocou-nos a ir lá também. Iriamos na quinta e na sexta.
Após alguns acontecimentos na escola e uma reunião com os representantes das salas (reunião a qual eu não deveria participar por não ser representante) ficou decidido que eu iria na quinta.
Na quinta-feira iria ter um ônibus às 17h que nos levaria. Na sexta-feira teria um ônibus às 7h que nos levaria de novo. Eu iria somente na quinta.
Quinta-feira
–Alô, Eduardo? Então, não vai ter ônibus hoje na sua escola, só se você for até o Buenos Aires pegar o ônibus aqui.
Eu já deveria ter previsto.
Eis que ocorreu, não fui na quinta-feira como combinado. Também não iria na sexta, porque puta que pariu, não tava afim de acordar cedo. Porém meu grande amigo filho da puta Fram, André, Moleiroo, companheiro de blog me pediu (obrigou) a ir. Ele não gosta de socialistas.
Já em casa após a aula fui dormir, digo, fui tentar dormir, porque por alguma obra do além eu não consegui dormir. Deitava, apagava as luzes, nada. Tomava leite com açúcar quente, nada. OUVIA BOB MARLEY LOUCAMENTE, nada. Nisso já eram 6:30.
Sexta-feira
Arrumei-me para ir, ainda não havia nascido o Sol. Tudo bem, eu não tinha dormido. Tudo me abalava. Mas tudo bem, eu teria um ônibus para dormir.
Chegado na escola encontrei o pessoal que estudava comigo no ano passado, chamei eles para irem e não me deixarem só. Fracasso. Mesma desculpa de provas.
O ônibus estava atrasado, o pessoal esperando do lado de fora da escola e eu sem dormir. Linda cena. Dava mais tempo para eu bater papo com o pessoal que não ia. E os sinais que o dia não seria bom aumentavam.
Ônibus chegou.
Fomos todos felizes e alegres para nosso destino. Eu ouvindo meus grandes companheiros, fones de ouvido (Chuck Norris salve vocês), o Fran conversando com outra amiga.
Chegamos.
Atravessamos a rua, todas as negadas indo em direção ao prédio, mais espera e outro sinal sobre o dia que já raiava. Eu vi um “cara” que usava uma crocs roxa (QUEM USA CROCS CARA?) sem meias, calça jeans, uma jaqueta marrom, um cabelinho emo com um boné e uma plaquinha escrito “MSN?”. Eu não sou de xingar diretamente, geralmente prefiro ser sarcástico, mas PUTA QUE PARIU VOCÊ. QUE SER VINDO DO SUBMUNDO É ESTE? ESSE TIPO DE PESSOA DEVIA SER ESTUPRADA PELO BORIS CASOY.
Sem mais.
Fomos para a maldita conferência, sentamos. Esperávamos e esperávamos o início enquanto os fãs de Restart adentravam a o local. Um local o qual deveria ser debatido política. Belo o futuro do SEU país, não? Sentamos mais à frente e começava a lotar de gente.
De repente aparecem mais UMES fags, aparece a Marta Suplicy. De repente todos estão gritando “PETÊ”. Essa era a hora de se sentir envergonhado.
Sinceramente eu fiquei muito puto. Eu realmente pensava que nós iríamos debater, pelo menos um pouco, e não assistir a propaganda política. Como eu escrevi no começo do texto, tudo me abalava, malditos.
A UMES fag leader então convocou todos a ficarem de pé em respeito a o Hino Nacional. Eu como bom cidadão levantei-me e levei a mão a o peito. Eis que quase no final do Hino a Fag Leader começou a fazer a “hurra” com a mão, socando o ar. TODOS OS IDIOTAS NAQUELA SALA FIZERAM O MESMO. Eu mantive a compostura e não me movi.
A o final do hino todos os macacos mal treinados começaram a gritar, bater palmas e gritar “MARTA”. Eu me senti como se eu fosse posto com uma camiseta verde no centro de treinamento do Corinthians na apresentação do Ronaldo. Eu tava na merda.
Após um discurso xoxo da Marta cheio de pérolas como “São Paulo TEM que ser o trem bala do Brasil” e “Vamos ligar Rio a São Paulo” enquanto eu pensava “SIM, VAMOS DAR MAIS ARMAS A OS TRAFICANTES TAMBÉM! PRA QUÊ MELHORAR A INFRAESTRUTURA BÁSICA DE UMA CIDADE EM DECADÊNCIA SE A GENTE PODE GASTAR UNS MILHÕES NUM TREM BUNITINHO?” e Fag leader se pôs a falar, novamente.
Ela falava sobre um debate que ocorreria nos outros andares. Todos divididos por temas como educação, cultura, desvio de verba, digo, aplicação de verba e tal. Então meu colegas me fizeram ir a o da educação.
Chegado à sala de “debate” a Fag Leader falou mais sobre como as coisas são ruins para os coitadinhos dos estudantes que se dedicam tanto a os estudos, porque coitadinho deles, eles são tão comportadinhos, não é? E sempre a mesma ladainha de “Ah, o Serra é um puto porque ele fala que colocou computador nas escolas mas ninguém usa, não tem laboratório de química, não tem salário pra professor”, coisas que todos já sabemos que estão aí, e ficar “debatendo” os que todos já sabemos não faz ninguém sair do lugar.
Depois um “professor” teve a palavra. Ele nos chamou de companheiro mais vezes do que eu implorei para ele parar de falar. Conclusão/resumo/o que quer que seja do que eles disseram: O PT É LEGAL.
Após toda a baboseira foi oferecido a nós, os estudantes os quais eles defendiam, três minutos INTEIROS para falarmos sobre o assunto. Muito generoso o pessoal da UMES, gostei bagrai. Não é todo dia que você ouve pro 2 horas seguidas a ponto de você querer furar seus ouvidos e depois tem 3 minutos para expor suas ideias.
Passamos nossos cracházinhos a frente para sermos chamados pelo nome.
Antes de mim falaram três pessoas, todas com a mesma coisa de “Ah, é mesmo, não tem laboratório na minha escola e a UMES é legal”. Eles não faziam ideia do que era a UMES antes do café da manhã, só pra deixar claro.
Na minha vez fui bem direto e disse mais ou menos isso, espero que meus colegas que lá estavam me corrijam se eu estiver errado:
–Olá, meu nome é Luis Eduardo, eu estudo no Albino Cesar. Todo mundo aí falando um monte de coisa, mas na verdade tá todo mundo na merda aqui. Olha, ninguém se importa com vocês ou com o que vocês querem, vocês estão sozinhos. Nosso país foi fundado não para crescer economicamente nem socialmente, mas só pra quem tá no poder crescer a conta bancária. É isso pessoal, ninguém se importa com vocês.
–Só a UMES! – disse um cara da bancada, que detinha o poder dos microfones.
–A UMES nada, isso aqui tá parecendo igreja católica.
Deixei o microfone e fui a o meu lugar. Claro que eu poderia citar livros políticos como 1984 ou criticar a esquerda e a direita ao mesmo tempo. Claro que eu poderia ter explicado como funciona o capitalismo, mas o que eles mais precisavam no momento era de um pouco de desilusão. Mesmo porque muitos ali votariam pela primeira vez, e porra, eu não quero ver um monte de petistazinhos que não conhecem o que seguem, eles já tem a religião pra isso. O pior é que quando eu fui sentar ainda me perguntaram se eu era evangélico por falar mal da Igreja Católica. Pelo menos eu tive meia dúzia de aplausos.
Logo após a mim, minha amiga foi falar. O que me deixou realmente puto foram as vaias somente por ela questionar o que realmente era a UMES em sua primeira frase. Juro que soltei um bom e velho “Vão toma no cu aê, deixem ela falar”. E ele brandiu o microfone e questionou desde camisetas até slogans. Entre vaias e aplausos ela foi se sentar.
Por ironia, parece que havia nascido uma nova classe de pessoas naquela sala, as pessoas anti o que ocorreu lá hoje. Diferente do que eu pensava, muitas pessoas estavam putas com o dia, mas só foram à tona quando souberam que existiam outras pessoas putas. Eu só fiquei com medo de que isso virasse o que a era conferência, mais pessoas que só acham e ponto, não pessoas que realmente entendem.
Então quem teve a palavra foi mais um apoiador da UMES. Ele falou mais uma vez sobre “ah, não tem isso, nem aquilo, to puta revolts”, mas fechou com “E quem achou ruim vai pra casa estudar, não fica aqui criticando”. Esta foi minha deixa, me levantei dizendo “Já que é assim” e saí da sala.
Saímos, eu e o Fran. Do lado de fora adivinhe quem foi falar com a gente? O nosso troll do início da história. Neste ponto eu já não estava a fim de discutir mais, pois eu sabia que por mais que eu falasse nada iria mudar o que eu sentia. O sentimento de ser trollado.
Ele ainda quis pedir pra eu respeitar o pessoal, pois a minha escola era melhor que a deles e que tinha um buraco na escola do outro. Eu ouvi, nisso o Fran não aguentou e foi embora, esperei minha outra amiga. Disse que não concordava com tudo o que foi dito, mas que respeitava. E respeito mesmo, mas não admito o que ocorreu lá.
Quando minha outra amiga chegou fomos embora, o certo é que nós deveríamos esperar o ônibus partir, mas não, simplesmente fomos andando. Saindo do prédio que foi um lugar horrível, reencontramos o Fran, ele tinha comprado um risole, o que viria ser a primeira coisa que eu comera no dia. Resolvemos sair por aí como jovens sem rumo.
Decidindo o que fazer, sugeri que fossemos até o Center Norte (ou centro nordestino), já que estávamos perto, então fomos. Ficamos um tempo lá e eu querendo saber quanto tinha sido o jogo da Holanda. O Fran comprou um Milk Shake!
Neste ponto o sono começava a pesar, passamos numa grande loja de materiais esportivos depois seguimos caminhada para casa. Casa a qual estava a alguns quilômetros de distância, mas tudo bem.
Caminhando pela conhecida Avenida Luiz Dumont Villares, ou Avenida Nova para os leigos, avistamos o SESC. Decidimos entrar, mesmo porque lá tinha uma TV bem grande com muitos lugares para sentar. Subimos as rampas e fomos a o terceiro andar. Lá existia um local bem legal com quadrinhos para o pessoal ler, além de um tapete de alcaçuz. Não que o tapete fosse realmente de alcaçuz, mas era pela cor. Lá eu deitei, lá eu dormi, pelo menos até o segurança dizer que não podia deitar no tapete, mas pelo menos ele foi bem educado.
Após isso fomos embora, visávamos passar perto da escola e comprar algo para comer, fomos numa padaria bem perto e o meu dia só melhorava, eu já estava com sono, sede e fome, mas agora meus amigos. Agora eu estava sem energia elétrica, digo, o estabelecimento estava.
Fomos até uma vendinha onde eu comprei um chocolate, o Fran comprou coca-cola e minha amiga comprou chá gelado. Fomos até a frente da escola, sentamos, comemos, aparece um dos “dirigentes” da escola e nos pergunta como foi a tal conferência. Respondemos com um “foi uma merda”. Depois disso ele deu um jeito de transformar a conversa numa espécie de “Judeus são legais”. Não demos muita bola e ele se foi.
Decidi ir pra casa, ainda faltava um quilômetro de caminhada, nada que eu não pudesse concluir. Caminhei, ouvi meus fones de ouvido, vi o terreno onde será construído o novo condomínio e cheguei.
Em casa eu deveria me arrumar para voltar à escola, desta vez para a aula. Sem chance, me deitei um tempo no sofá, cochilei até meu pai me acordar me chamando para ir comer pizza, fomos até a pizzaria.
Lá esperei longos minutos para poder comer, mas tudo bem, eu sou conformado com a vida, heh. Comi minha pizza como quem nunca tivesse comido uma na vida. Após isso voltei pra casa pensando em dormir.
Em casa decidi tocar meu violão. Acordes soltos, músicas incompletas, lá estava eu em meu quarto. Estava até que feliz quando alguém bate na janela. Eu abro e:
–Aê cara, nem foi pra escola, mó boroca. Amanhã festa do soldadinho!
Isso porque eu queria dormir...
PRÓXIMO CAPÍTULO: Feridas são fechadas com Vodka.
E desculpem a falta de imagens ilustrativas dessa vez.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

• Repassando algumas informações úteis ...

Homem x Mulher

Homem esperto + Mulher esperta = Romance
Homem esperto + Mulher burra = Caso
Homem burro + Mulher esperta = Casamento
Homem burro + Mulher burra = Gravidez

Matemática do Shopping

Um homem pagará R$ 2,00 por um item de R$ 1,00 que ele precisa.
Uma mulher pagará R$ 1,00 por um item de R$ 2,00 que ela não precisa.

Equações gerais & Estatística

Uma mulher se preocupa com o futuro até ela conseguir um marido.
Um homem nunca se preocupa com o futuro até ele conseguir uma esposa.
Um homem de sucesso é aquele que consegue ganhar mais dinheiro do que sua esposa consegue gastar.
Uma mulher de sucesso é aquela que consegue encontrar este homem.

Felicidade

Para ser feliz com um homem, você deve entendê-lo bastante e amá-lo um pouco.
Para ser feliz com uma mulher, você deve amá-la bastante e jamais
tentar entendê-la.

Longevidade

Homens casados vivem mais do que homens solteiros.
No entanto, os homens casados são os que têm mais vontade de morrer.

Propensão à mudança

Uma mulher casa com um homem esperando que um dia ele mude, mas ele não muda.
Um homem casa com uma mulher esperando que ela não mude nunca, mas ela muda.

Discussão técnica

Uma mulher sempre tem a última palavra em qualquer discussão.
Qualquer coisa que um homem diga depois disso é o começo de uma nova discussão.

Como impedir as pessoas de ficarem te chateando sobre casamento

Durante os casamentos, tias velhas costumavam vir até mim, me cutucar nas costelas e dizer: “Você é o próximo”.
Elas pararam depois que eu comecei a fazer a mesma coisa com elas nos funerais.

terça-feira, 8 de junho de 2010

When the Sun goes down




Era uma noite fria de segunda-feira, lá estava eu na escola. O tempo passava rápido e eu estava sendo cínico com a professora de português. Estava muito feliz por ter um novo celular, fones de ouvido e o cara que me devia uma grana ter me pago. Nada me abalava.
Lá estava eu, saindo uma aula mais cedo... bem, aí começam as coisas ruins, por mais que isso parecesse bom. Caminhando para sala 3ºK, para passar a última aula com alguns amigos, eu, meus fones de ouvido e meu violão encapado tivemos uma notícia péssima:
–Aê negada, vim passar essa aula com vocês! :D – eu disse bem alegre.
–Aê! Mas é aula da Pastelera Suely... – ressentiu Fábio.
–Pastelera? FUUUUUUUU!
(No futuro explicarei quem é a pasteleira. Adiante.)
Saí bem rápido da sala para poder sair da escola e não ficar preso no pátio. Saindo da escola encontrei com um amigo e fomos para o ponto de ônibus conversando sobre as favelas que cercam o bairro onde ele mora:
–Cara onde você mora o povo é tão necessitado que eles assaltam chinelo de quem ta passando na rua. – brinquei.
–É velho, outro dia eu tava mascando um chiclete e o cara disse “PASSA ESSE CHICLETE NA SUA BOCA QUE É UM ASSALTO”. – continuou ele.
Nos despedimos, pois ele tomou seu ônibus.
Sentado na frente da loja fechada, eu peguei meu celular antigo que não funcionava, mas era um bom chaveiro, e o coloquei no bolso de fora da minha jaqueta de couro. Peguei meu celular novo que tocava um AC/DC e o coloquei pelo bolso de dentro que fica no peito.
Passei um tempo olhando a rua, o Carrefour do outro lado da rua. Estava esperando meus amigos do 3ºK.
Decidi me levantar e me afastar um pouco do ponto porque eu vi uma garota bem bonita passando. Andei um pouco com meu violão em punho. Parei. Estava na frente de outra loja fechada, fiquei lá, esperando.
Após alguns minutos passa um homem e diz:
–Ei, eu moro em Guarulhos, e eu preciso de R$3,80, tem como de dá uma ajuda?
–Pow, cara, não tenho um real (e não tinha mesmo).
–Não, olha, por favor eu preciso ir pra casa.
–Entendi, mas não tenho um real.
–Você não ta entendendo, eu saí da cadeia hoje e preciso ir pra casa.
–Hmm...
–Então me dá 3,80.
–Mas eu não tenho.
–Olha, senta aí.
–Não senhor, vamos conversar de pé, homem pra homem.
–Não precisa em chamar de senhor moleque, senta aí.
–Não vamos conversar que nem homem.
–Tá me chamando de quê?
–De homem, né, porra.
–Ah, entendi. Então, olha eu saí da cadeia hoje depois de dez anos. Eu só preciso pegar o ônibus, tem um cara que me deve dez mil, digo, dez milhão, não dez cruzeiro.
–Ta cara, mas eu não tenho dinheiro, o que cê quer? Livro? Pega aí.
–Não, livro não vai me ajuda, olha me dá 3,80, eu to trepado(armado).

Eu tava pouco me fodendo pra aquele cara, daí ele mostrou a arma e eu pensei “não é que o cara ta armado mesmo, filho da puta” e ele continou falando:

–O que é isso na sua orelha, fone? Você tem celular?
–Ôpa, tenho sim!  – mal esperando o momento pra ser um bom troll.
–Hmm... então, tem um cara que me deve dez milhão. Deixa eu ver o celular.

Mostrei o celular-chaveiro pra ele e ele disse:

–Não, chave eu não quero, tira elas.
– Ah, beleza, vo tirar aqui. – e eu querendo rir descontroladamente.
–Vai rápido aí.
–Tudo bem, to tirando. – fazendo hora pra ver se aparecia algum amigo meu.
–Não, deixa que eu tiro.

Ele pegou e quebrou o cordãozinho, deu olha olhada no celular e perguntou:

– Esse celular é bom?
–Claro que é, eu não tenho coisa velha.
–Tá bom então, agora eu vô pra lá e você não fala nada, não chama a polícia. Quando eu te trombar de novo eu devolvo o celular. Isso deve dá pra pega o ônibus.
–Belê cara. Vou sair vazado.

Ele saiu andando e eu abri um sorriso.
http://forum.cheatengine.org/files/trollface__1__131.png
Não que eu me considere um troll memorável, porque eu tecnicamente fui assaltado. Mas eu me senti um troll memorável.

Depois disso contei o acontecido aos meus amigos e o resultado foi esse:

 Ninguém seimporta com meus sentimentos, tsc.

Bem, isso foi o que eu tinha pra contar. Eu na verdade deveria postar um outro texto, mas isso me pareceu mais atrativo. Depois posto o outro texto.


domingo, 6 de junho de 2010

Jonathan Quest escreveu:


Fotos, são pedaços de memória.
Guardam lembranças, historias, vivências ...
Na maioria das vezes, as fotos não retratam, o que agente realmente estava sentido, naquele determinado momento ...



Um dia, quando olharmos para uma foto nossa,
e não soubermos que é aquela pessoa,
não tema, não se assuste, não corra.
Apenas olhe mais uma vez,
e se ainda não souber quem é aquela pessoa.
Levante as mãos e comemore,
pois você evoluiu, você cresceu, você está vivo ...



terça-feira, 1 de junho de 2010

Bingo Bagres Brasil.



Aô, para a infelicidade geral dos nerds e trolls deste mundo de astúcia sexual, começa pra você o novo post do blog.
Muitas coisas acontecem na minha badalada vida pessoal a qual ninguém que lê esse caderno de notícias terá acesso. Ninguém mesmo, nem seu advogado terá informações, não adianta, okay. Eu vou contar algumas poucas coisas...
Eu não sou lá o cara mais sortudo do mundo, alguns já diriam que eu poderia tomar o lugar de "Everybody Hates Chris", mas eu acho improvável por eu ser branco. De qualquer forma isso não me torna mais sortudo, para terem uma base eu nunca ganhei no BINGO DA ESCOLA PRIMÁRIA que era feito com FEIJÕES ao invés de fichas bonitinhas para colocar em cima da cartela.

Bingo o qual o grande premio era se vangloriar pra cima das garotas que gostavam da cor rosa e brincavam de boneca, por cerca de uns cinco minutos, CINCO MINUTOS, isso sem o professor falar nada, sabe, poderia rolar “chupa caraleô” se o pessoal tivesse a mentalidade na época. Resumindo, era um dos sonhos de todo garoto que assistia Power Ranger, Thunder Cats, e mais um monte de idiotices alheias...


Minha infância foi mágica, cheia de amor e carinho, com boas cenas de violência e nudez. Tudo era alegre e bonito (você só percebe como tudo parecia gay depois que cresce), explosões, tiros, palavrões sempre estiveram aí pra me animar após aquela tarde cansativa de desenhos feios e sonecas mal dormidas. A nudez era complicada, antes ver um par de peitinhos balançantes era coisa rara.

Caras de colã e gritos sem sentindo ao socar bonecos que se desfaziam ao cair no chão. Tudo me empolgava, eu queria ser um ninja, um matador de aluguel, um médico assassino, queria ser tudo e mais um pouco. Brincava de Dragon Ball com a mão “chutando” os adversários (minha oura mão). E não fazia idéia do que seria sex appeal, mas nudez sempre me empolgava também.

Eu era um garoto otário tão feliz que em uma certa ocasião em uma foto (que eu tenho até hoje) que seria tirada na escola eu realizei uma das vontades de muitas little kids, eu vesti um quimono com uma faixa na cabeça, oh god, eu estava me sentindo o mano mais foda já passado pela terra, sem maldade. Mas tudo, tudo acaba, cedo ou tarde, nesse caso bem cedo. Eu estava lá me sentindo o “The king of the World” chutando e socando o vento, imaginando milhões de inimigos. Até que chega um estraga prazer de merda e me diz:
−O muleque do caralho (só escrevi o ‘muleque’ assim porque tava na correção do Word desse jeito), para de pular porque vai amassar a roupa, vai, senta pra tirar a foto logo.

Sério, isso acabou comigo, fui xingado pelo mano que tirava foto e ele falou “Muleque do Caralho” na maior, eu fui e sentei naquela maldita cadeira com fundo de cascata japonesa e as putarias todas que tinha direito.  O mano falou pra eu dar aquele sorriso forçado, mas eu estava muito relutante e de mal com a vida. 
Optei pela cara de bunda, ou seja, minha cara normal.

That's me

Após este e outros acontecimentos inúteis, minha infância estaria por ser abalada com tijolos atacados por gorilas siameses gigantes da malásia. Eu adentrava ao ensino fundamental e lá começava o maior medo de todo liitle boy e llittle girl, o monstro, o fadado a te matar, o comedor de tempo e por muitas veses destruidor de brincadeiras, a “Leitura OBRIGATÓRIA”.


http://www.planetaeducacao.com.br/novo/imagens/artigos/historia/napalm_01.jpg 
−Aaaaaaaaaaaaaah ;’(

Após fazer as crianças perderem suas tardes de desenhos imbecis e roupas colã, agora queriam aplicar essa tortura, a qual certamente acabaria com famílias inteiras. Você não tem noção do meu desespero por ser obrigado a ler uma história de merda, com personagens de merda, sem tiros, sons, ou qualquer outro efeito audiovisual. Eu estava puto.
Era o seguinte, toda semana tu ia ter que pegar um maldito livro, vinha uma mulher com uma caixa e você escolhia o livro que queria. Na primeira semana eu consegui escapar, não pegando o livro. Já na segunda semana, a coisa tava mais tensa, a professora descobriu que eu não tinha pego o livro e fez o diabo pra eu pegar o livro daquela vez.
A mulher com a caixa chegou após todos terem pego seus livros e eu era o ultimo, claro, olhei bem, revirei tudo, procurava algo cheio de imagens e poucas páginas, até que encontrei algo que mudaria minha vida para sempre. O livro mais foda que eu já li na minha vida. Oito páginas, muitas imagens e uma história marcante. O livro se chamava “O Bagre”. Foi ele mesmo, brilhando lá no fundo da caixa, sua finura e cor chamativas fizeram-me pega-lo.
Após a escola fui pra casa, corri pra assistir Scooby-Doo, Samurai X e mais um monte de desenho sem sentido. Como sempre tinha jogado minha mochila em algum canto da casa, obvio, primeiro antes de tudo minha diversão pessoal e alheia.
Nem deu tempo de terminar o Scooby-Doo e meu pai gritou:
VAI LER O LIVRO DA ESCOLA!
Mas, pai, eu to assistindo... eu já vô.
−Você é foda, hein, vai logo.
−Awn L
E fui ler o livro, quando abri e li a primeira palavra já estava pensando:
−QUE DROGA, ODEIO LER
Então de página em página, desenho a desenho eu cheguei ao climax da história. O livro se tratava de um bagre muito arrogante que sempre comia os peixes menores do lago e mandava um foda-se pra todo mundo, então um dia ele não estava conseguindo comer nenhum peixe pois tinha machucado a calda, aí você pensa que a arrogância acaba contigo e bla bla bla, coisa de moralzinha pra criança, mas não, esse livro era diferente. Como o bagre era arrogante, mão de foca, sem amigos e bom ator ele fez algo que eu nunca, NUNCA teria imaginado.
Ele começou a chorar, CHORAR, DE BAIXO D’AGUA! Nessa um peixe menor pergunto por que é que o bagre mais foda do pedaço tava chorando. O bagre fazendo uns gemidos estranhos respondeu que tava com uma puta dor de dente e precisava de um dentista.
Bem, aí que o bagre põe o plano em prática, ele pede pro peixe olhar os dentes dele e ver se ele podia ajudar. Depois de certa resistência o peixe aceitou. E quando entro na boca do bagre exclamou:
−Ué?! Mas aqui não tem dente nenhum!
http://www.opticstalk.com/uploads/3940/Troll.jpg
−They see me Trollin'!

Bem, não preciso dizer o resto, mas vou dizer. PORRA, O BAGRE COMEU O PEIXE E SAIU DE BOA, SEM UM FINAL FELIZ, SEM MORALZINHA NO FINAL DO LIVRO, SÓ A VERDADE NUA E CRUA COM ILUSTRAÇÕES COLORIDAS!
Sabe, eu estava acostumado com historinhas bonitas, alegres, carnificina, bem vence o mal, mas puta que pareô. Eu queria ser o BAGRE!
Então um dia eu estava na casa do meu tio, ele veio lá do nordeste, sertão, sabe, vivia de feijão e farinha. E ele me pediu pra ajudar ele em sei lá que caraleos, só sei que eu fiz errado e ele me chamou de CABEÇA DE BAGRE. Imediatamente eu pensei “PORRA, AGORA SÓ FALTA O CORPO”.

Esse tinha sido o primeiro troll puro que eu já tinha visto, logo no primeiro livro que eu leria, e ainda dava tempo de ver o final de Scooby-Doo. Eu tava Feito.